sábado, 24 de maio de 2008

Exposição Paulo Pessoa


Pintando Vênus

Submete com seus adornos
Minha tortura.
Seu sigilo contado aos poucos
As cristas dos quadris
aos pomos a vista.
Rezo suas curvas,
e inflexões impiedosas.
Eu, devoto esteta,
aturdido pela beleza
entregue as suas saliências.
Um expressionista libertino
pintando Vênus
Deslizo mil pincéis
pelo seu corpo e matiz
Lábios úmidos solfejam brechas
Alternam línguas lascivas
para o sumo depravado de nossa febre.
Vibram os ares,
essa massa túrgida de desejo
ao apelo irressistível de nossa polpa doce.
Você me oferenda,
Coxas tesas, suas cores
guirlandas ao meu redor
Absinto para o santo.
Cúmulo
Transcende a moldura
nossa arte lúbrica.
por Paulo Pessoa

Um comentário:

galpãoBR disse...

pô Paulo... Essa poesia é demais! eu não me canso de lê-la, é impressionante a sua capacidade de expressar aquilo que para mim só seria possível, e com muito custo, através do desenho ou da pintura figurativa, Hiper-realista.Em fim, é a coisa da arte! É isso aí amigo, vamos nessa.
Abraço,
Valdeci Freitas